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Ser humano em tempos de pandemia: Introdução a reflexão do cenário social brasileiro.

  • Foto do escritor: Minapsicologa
    Minapsicologa
  • 22 de abr. de 2020
  • 4 min de leitura

PSICÓLOGA JANAINA MIRANDA

CRP 06/152048



Vivemos um cenário social atípico aos acontecimentos das últimas gerações, este evento pandêmico resultou em um fenômeno de pânico em massa, que destaca uma peculiaridade: aqui a contaminação rompe todas as fronteiras das classes sociais. A ‘’tragédia’’ alcança os privilegiados, é em princípio igualitária, somos todos humanos, frágeis e passiveis a morte.


‘’O corona grita’’ frente ao silêncio da sociedade e o capitalismo desenfreado. Consumimos tudo, inclusive a dor. A guerra é conhecida, é possível enumerar uma lista infinita de horrores em diferentes momentos históricos, entretanto, o COVID-19 é a primeira pandemia mundial na era tecnológica, da globalização da comunicação, colocando novamente em xeque um ideal perseguido pela humanidade: o sentimento de onipotência. Mesmo diante da reiteração da fragilidade da existência, não constituímos em totalidade a caça para outras espécies, mas sim a nossa própria ameaça.

Quando ligamos a televisão, Smartphone e computador recebemos um enxurrada de informações necessárias, o brasileiro não esperava a rápida expansão do vírus, num dia a internet produzia memes sobre a China, no outro iniciava-se o caos na saúde publica do pais. Essa ameaça viral perpassa a saúde. Imaginem uma casa limpa e agradável, onde os moveis estão entulhado de roupas, objetos sem serventia e sujeira, o que o estado dos moveis dizem sobre o dono e sua casa?, O coronavírus é justamente os moves do pais, ele diz mais sobre nós do que somos capazes de admitir.

Eu, você, nós e eles, todos vivenciamos um evento inédito, que vai do hemisfério norte ao sul, e que evidentemente trará conflitos psíquicos e sociais a superfície, ninguém está imune ao desespero diante da sensação de desamparo e angustia da morte, certa ansiedade é esperada, e a frieza total em relação a situação é mais preocupante. Ocorre, que um dos efeitos mais emblemáticos do surto é a crise das responsabilidades individuais e o crescimento da divisão entre o ‘’ eu’’ e o ‘’outro’’.

Parece irreal para a maior parte das pessoas, mas precisamos procurar o humano no homem, observamos nos últimos dias sintomas da cultura, que é essencialmente a relação com os nossos semelhantes, personificada muito antes da quarentena na forma de ataque. Não somos tão doces e fraternais, e sim duais, a princesa e a bruxa habitam a mesma pessoa. Existe pulsões, mecanismos que priorizam a vida e bem-estar, assim como forças negativas de destruição.


Ao sabermos que a essência inata da humanidade não compõe exclusivamente os mais puros sentimentos, entendemos que um sujeito possui desejos que não podem ou devem ser satisfeitos, mesmo buscando a felicidade desde o primeiro instante de vida aprendemos que elementos são essenciais para continuidade desta busca, como o entendimento da realidade, e o que oferece.


Mas o que isso significa ?


Veja bem, caro leitor, olhemos juntos para os desdobramentos da situação pandêmica. O isolamento social significa a configuração de um contexto de frustração, proibição e privação, as reações são variadas e diferentes perfis individuais e grupais de comportamentos despontam na ‘’ multidão’’.


Eventos que levam as pessoas ao limite podem despertar o que elas possuem de mais primitivo, na tentativa de garantir sua sobrevivência. No Brasil as medidas de proteção foram vistas como uma oportunidade para lucrar com preços nada menos que absurdos, além compras compulsivas por itens de higiene e mantimentos em quantidades desnecessárias.


Os grupos histéricos e obsessivos formam uma categoria que precisa ser monitorada, entretanto, apresentam um mecanismo de defesa coletivo relativamente esperado, na outra ponta está a margem mais preocupante: os paranoicos ou perversos, nestes estão essencialmente o fator de risco para a continuidade do agente patológico, aqui lidamos com a negação da realidade, e propagação de ideias e comportamentos nocivos e contra científicos, neste campo combatemos muito além do vírus, mas também notícias falsas, as famosas Fake News.


Elementos que partilham o mesmo ambiente e cultura , podem se subdividir em grupos contra pequenas diferenças entre sí , o ódio é um poderoso instrumento coercivo, estes grupos formam uma unidade fiel, como numa relação amorosa onde só o parceiro existe no mundo, e tudo que este diz é a verdade absoluta, o líder é o equivalente a virtude, proteção poder e verdade, e tudo que o outro grupo representa é intolerável e passível de represálias. há manifestações violentas de descaracterização do outro como semelhante, Atualmente estas desavenças se alastram como fogo através da rapidez da era digital, a produção de conhecimento cientifico e profissionais da imprensa estão sendo substituídos pelas redes sociais, configurando uma tentativa de descredenciamento daqueles que divergem e apresentam argumentos pautados em um corpo de conhecimentos sistematizados através da observação e pesquisas de forma metódica, assim como todos aqueles que são diferentes e se manifestam em oposição a exclusão, preconceito e discriminação. O embate ideológico polarizado nos ‘’quatro’’ cantos do pais, e suas implicações na vida social trazem a tona o principal desafio do Brasil na pandemia: ‘’A meu ver a questão decisiva para a espécie humana é de saber se, e em que medida, a sua evolução cultural poderá controlar as perturbações trazidas à vida em comum pelas pulsões humanas de agressão e autodestruição. (Sigmund Freud, O mal-estar na civilização, 1930)

O que está acontecendo no mundo é uma situação que potencializará os pequenos feitos sejam eles positivos ou negativos, de atos cruéis à mais singela solidariedade. Os males que atingem a humanidade também são responsáveis pelo nosso desenvolvimento enquanto indivíduos, coletivo e cultura. Será preciso respirar profundamente diante do caos, e repensar a organização da vida e as relações, a ameaça viral não é uma invenção, tão pouco é opcional , a natureza está nos imponto recolhimento e demonstrando que formamos uma teia de ações e reações, então sejamos afeto. Existe um motivo essencial para vivermos em sociedade, quando renunciamos a destrutividade e cuidamos do outro, consequentemente, protegemos a nós mesmos. A história mostra que a unidade é mais forte e é responsável pela sobrevivência. Acredito que este pode ser o momento ideal para o resgate da proteção dos vínculos e solidariedade, outrora ouvi no Café Filosófico uma frase emblemática, ‘novos sujeitos e novos jeitos de estar no mundo produzem um novo mundo’, está é uma oportunidade para aprendermos novas e melhoradas formas de interagir com as outras pessoas e o planeta terra.



O ISOLAMENTO SOCIAL PODE NÃO SER AGRADÁVEL, MAS É NECESSÁRIO. ASSUMA A SUA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL EM PRESERVAR O COLETIVO .


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